Estima-se que, no Brasil, mais de 55% da população está com excesso de peso segundo o VIGITEL 2018 (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

O excesso de peso aumenta o risco para doenças como pressão alta, diabetes,

alteração de colesterol, gordura no fígado (esteatose hepática), apneia do sono, osteoartrose, etc.

Muito mais do que a questão estética, a obesidade  é um importante problema de saúde que deve ser levado a sério e tratado adequadamente e com respeito.

O tratamento da obesidade envolve:

• mudanças de hábitos de vida
• alimentação saudável
• prática de atividades físicas,
• controle das emoções e do estresse,
• sono adequado
• equilíbrio hormonal.
• uso de medicações quando houver indicação
• acolhimento e empatia

A Cirurgia Bariátrica ou gastroplastia é o tratamento cirúrgico da obesidade.

Há indicações específicas para a realização do procedimento e várias técnicas cirúrgicas podem ser recomendas.

O endocrinologista atua na indicação do procedimento, no pré e pós operatório. O objetivo é tornar o tratamento mais seguro e reduzir os riscos de complicações no pós-operatório.

Após a cirurgia bariátrica é essencial o acompanhamento rigoroso com o endocrinologista para avaliação do processo de perda de peso e possíveis reganhos tardios.

É necessário também investigar as carências nutricionais e tratar com reposição de vitaminas e minerais quando indicado.

Mesmo com o tratamento cirúrgico é importante saber que a obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante e que requer acompanhamento por toda a vida.

O aumento do colesterol e/ou triglicerídeos, que são as principais gorduras do nosso corpo,  podem aumentar o risco para  problemas como infarto e AVC (derrame).

Hábitos de vida inadequados (como a alimentação rica em gordura e açúcar, sedentarismo, obesidade, tabagismo e estresse) e até algumas doenças (ex. genéticas) podem aumentar estes lipídios.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais. O risco de futuras complicações cardiovasculares é reduzido com o tratamento adequado.

Hirsutismo ou excesso de pelos é presença de pelos terminais (escuros e mais grossos)  em áreas do corpo feminino segundo os padrões típicos dos homens como área de barba, bigode, ao redor dos mamilos, na região anterior do tórax, baixo abdômen, nádegas e parte interna das coxas. Dentre as principais causas que levam ao hirsutismo, está a Síndrome dos Ovários Policisticos (SOP)

A Síndrome dos Ovários Policístico é uma doença endocrinológica na qual há uma elevação na produção de hormônios masculinos e cujos sintomas mais comuns são:

• Múltiplos cistos no ovário que podem ou não estar presentes.
• Ausência ou irregularidade menstrual
• Ausência de ovulação e infertilidade
• Resistência insulínica / Diabetes
• Ganho de peso / Obesidade
• Acne e Hirsutismo
• Queda de cabelo
• Depressão

Para o diagnóstico são necessários a avaliação cuidadosa da paciente através de exame físico detalhado e realização de exames (laboratoriais e /ou exames de imagem).

Com o tratamento adequado, a paciente pode evoluir com o restabelecimento das

funções orgânicas afetadas e melhora na qualidade de vida.

Esteatose hepática é o acúmulo de gordura dentro das células do fígado.

O fígado é considerado gorduroso se mais de 5% dele for gordura.

A esteatose hepática pode ser causada por excesso na ingestão de álcool mas outros fatores podem causar ou contribuir para o seu desenvolvimento, como:

✔️Obesidade e excesso de gordura em região abdominal;

✔️Resistência à insulina e diabetes tipo 2;

✔️Excesso de carboidratos refinados e bebidas açucaradas;

✔️Alteração da saúde intestinal:  desequilíbrio nas bactérias intestinais ou problemas com a função de barreira intestinal.

✔️Colesterol e triglicerídeos elevados.

Nestes casos, temos a doença hepática gordurosa não-alcoólica (NAFLD) que é a doença hepática mais comum em adultos e crianças nos países ocidentais.

Há estágios da NAFLD:

🔘Esteatose hepática não alcoólica – estágio inicial reversível da doença. É a forma mais comum.

🔘Esteatohepatite não alcoólica (NASH) – forma mais grave com maior acúmulo de gordura e inflamação que danifica as células do fígado. Pode levar a fibrose, cirrose e até câncer de fígado.  Cerca de 20% das pessoas com NAFLD têm NASH.

Qual é o tratamento?

Perder peso –  redução de  3% a 5% do peso já diminui a quantidade de gordura no fígado.

Controlar o diabetes e colesterol.

Reduzir o álcool.

Não há ainda nenhuma medicação específica para a esteatose, mas muitos estudos estão em andamento.

Importante: Seja gentil com seu fígado!

Diga não a automedicação!

É uma doença crônica que ocorre quando há um enfraquecimento progressivo da massa óssea com maior riscos de fraturas em vértebras, fêmur e/ou punhos.

Ela afeta 1 a cada 4 mulheres com mais de 50 anos.

Homens também podem ser acometidos principalmente aqueles com hipogonadismo (baixo nível de testosterona).

Fatores de risco para osteoporose:

– Mulheres pós menopausa

– Pessoas de pele branca, baixas e magras

– Idade avançada

– Hipogonadismo masculino

– Uso crônico de corticoides e anticonvulsivantes

– Tabagismo

– Ingestão elevada de álcool

– Sedentarismo

– Alimentação deficiente em cálcio e vitamina D

– Baixa exposição à luz solar

– Histórico familiar de osteoporose ou fraturas

– Antecedente de fratura prévia não traumática

O diagnóstico é feito através do exame de densitometria óssea, que deve ser indicado e avaliado pelo seu médico.

O tratamento se baseia em tratar a causa que provocou a osteoporose afim de evitar fraturas, diminuir a dor (se existir) e manter a função.

O que podemos fazer para reduzir o risco de osteoporose?

– Aumentar a ingestão de cálcio através da dieta, principalmente de laticínios;

– Aporte adequado de vitamina D seja pela exposição ao sol ou uso de medicações;

– Prática de atividade física.

Caso necessário, estas medidas serão associadas ao uso de medicações específicas para cada perfil de paciente.

Hipogonadismo masculino é a não produção correta de hormônios pelos testículos (testosterona).

 Há causa primárias (testiculos) e secundárias (hipofise/hipotálamo).

Há ainda o hipogonadismo funcional ligado a obesidade, diabetes, uso excessivo de álcool.

 Os sintomas de hipogonadismo são:

– diminuição do desejo sexual
– irritabilidade
– aumento da gordura abdominal
– diminuição da ereção matinal
– diminuição da massa e força musculares, reduzindo a disposição para a realização de atividade física.

A presença desses sintomas, acompanhada da redução da testosterona (exames laboratoriais) caracteriza o hipogonadismo masculino.

A reposição com hormônios masculinos dependerá da avaliação individualizada de cada paciente sempre avaliando risco e benefício, pois há contraindicações que devem ser consideradas. 

A medicina do Estilo de Vida é uma abordagem que envolve a atuação médica em 6 pilares:

1️⃣ Alimentação: visa maior ingesta de alimentos frescos, frutas, legumes, grãos integrais, sementes.

Dar preferência por refeições  feitas em  casa utilizando temperos naturais como limão e azeite de oliva;

2️⃣ Exercicio físico: praticar pelo menos 150min/semana de atividade física moderada;

3️⃣ Sono: procurar ter um sono reparador. Um ambiente tranquilo auxilia, sem exposição a aparelhos eletrônicos e celulares;

4️⃣ Controle do estresse: através de técnicas de meditação, relaxamento. Atividades de lazer e hobbies também ajudam na saúde mental;

5️⃣ Evitar tabagismo e abuso de álcool;

6️⃣ Cuidar dos relacionamentos interpessoais com amigos e familiares. Isso faz bem para o coração de todas as maneiras;